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17 de fevereiro de 2010

Zonas de vertente


As zonas de vertente são zonas de instabilidade geomorfológica, o que implica que os materiais geológicos situados nas zonas superiores tendam a ser mobilizados para zonas inferiores.



Estes movimentos devem-se à força tangencial da gravidade e a sua velocidade pode variar de muito pequena e imperceptível até movimentos extremamente rápidos, arrastando grandes volumes de sedimentos que, durante o seu transporte, arrastam construções e edifícios, provocando elevados prejuízos humanos e materiais.



Factores naturais que favorecem os movimentos em massa:


  • Força da gravidade: importante no movimento descendente das partículas;


  • Inclinação da vertente: quanto maior a inclinação, maior a probabilidade de movimentos em massa;


  • Características da rocha: a água diminui o atrito entre as partículas, facilitando a sua desagregação. A quantidade de água nos terrenos é influenciada pela pluviosidade, mas também pela rega.





Alguns factores podem conduzir, directamente, aos movimentos em massa – factores desencadeantes. A pluviosidade, as tempestades, a sismicidade e a acção do Homem, são exemplos destes factores.



Acções que favorecem o risco geológico nestas zonas:


- Precipitação elevada: a água que se infiltra no solo, devido à sua forte capacidade de estabelecer ligações moleculares, permite manter um certo grau de coesão entre as partículas. No entanto, se a concentração de água for muito elevada, o volume desta aumenta e conduz à saturação do solo. A tensão exercida pela água é tal que leva a que as partículas desse solo se afastem (menor força de atrito), criando situações de instabilidade provocando o movimento de materiais ao longo dessa vertente;




- Acção antrópica:

  • Destruição da cobertura vegetal – as raízes das árvores reforçam a coesão do solo e aumentam a força de atrito que contraria o deslizamento pela gravidade;

  • Remoção de terrenos para a construção de estradas e habitações – expõe as vertentes aos factores ambientais ou interrompe as linhas de água, aumentando risco de movimentos;

  • Regra excessiva na agricultura – a saturação de água dos solos facilita o seu deslizamento.



- Ocorrência de sismos e vibrações: faz com que as formações rochosas fiquem mais instáveis sofrendo derrocada;




- Tempestades nas zonas costeiras: provocam a queda de blocos, geralmente de grandes dimensões;


- Variações de temperatura:
levam à contracção e dilatação dos materiais rochosos.



Medidas para minimizar o risco geológico nestas zonas:


  • Elaboração de cartas de risco geológico, de acordo com a probabilidade de movimentos em massa;


  • Execução de medidas de ordenamento que considerem as cartas de risco geológico;


  • Implementação de mecanismos de contenção para os materiais geológicos (florestação de vertentes, muros de suporte, redes de contenção e pregagens) e de drenagem (permite escoar a água que satura os solos).




Reflexão:

As zonas de vertente são outro local com risco geológico associado. O homem insiste em construir nesses locais, porque podem usufruir de melhores paisagens. Esquece-se é que para além de estar a prejudicar o ambiente, está a criar as condições propícias para ter danos materiais ou mesmo a perda de vidas humanas. Assim, conclui-se que a ocupação antrópica do meio natural exige que se conheça a composição e as estruturas geológicas da área ocupada e ter parâmetros de previsão segura do comportamento dos materiais geológicos envolvidos. Salienta-se que a melhor solução é não construir em vertentes, nem em orlas costeiras ou leitos de cheia de rios. A Geologia assume assim um papel fundamental, ao fornecer informações preciosas sobre os materiais e os processos e os seu comportamento quando sujeitos a interacção humana.

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